A convite do Sindicato dos Servidores Municipais de Governador Valadares (Sinsem-GV), o presidente do Sindsfop – Sindicato dos Servidores e Funcionários Públicos Municipais de Ouro Preto -, Leandro Andrade, esteve no pátio do SAAE, na manhã desta segunda-feira (25), conversando com servidores sobre a experiência da entrega da gestão do serviço de abastecimento de água e coleta de esgoto à empresa privada Saneouro.
Entre os esclarecimentos, ele falou que a realocação do pessoal efetivo trouxe perdas salariais, já que a concessão colocou fim ao plano de cargos, salários e vencimentos do pessoal da autarquia. “A reclassificação em outros cargos equivalentes no quadro geral da prefeitura foi desgastante, o trabalho ficou todo a cargo do sindicato, a prefeitura ajudou minimamente e, nesse processo de reclassificação, houve perda salarial, inclusive de alguns adicionais, como periculosidade”.
Com relação aos reflexos para a população de Ouro Preto, o sindicalista ressaltou que também teve perda para os moradores, principalmente devido ao “aumento exorbitante” das tarifas de água. “Alguns moradores chegaram a receber contas de água com valor superior a mil reais, o que é impensável uma família consumir esse volume de água, essas pessoas tiveram que entrar na justiça, pois a Saneouro foi lá e cortou o abastecimento, já que as pessoas não pagaram essa conta absurda. Teve ainda uma queda na qualidade, com as pessoas recebendo água barrenta em casa, o que não acontecia antes, quando o serviço de saneamento era público, além da falta de água”, contou.
Leandro Andrade ainda reforçou a importância de cada servidor conversar com familiares e amigos sobre os prejuízos para a cidade da perda da gestão pública do saneamento básico. “Em Ouro Preto nós perdemos a luta para empresa privada, e é algo difícil de reverter. O trabalho tem que ser feito agora, para impedir que a concessão do Saae aconteça em Valadares”, alertou.