Diretores do Sinsem-GV acompanharam, na tarde desta terça-feira (24), no auditório da Prefeitura de Valadares, a manifestação do prefeito André Merlo (sem partido) sobre a decisão de transferir para empresa privada, durante 30 anos, a execução dos serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos. A presidente do Sinsem, Sandra Perpétuo, disse que ficou “chocada” com as declarações.
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O anúncio pegou de surpresa servidores da autarquia, inclusive funcionários contratados. Nem a direção geral do Saae, nem o prefeito ou qualquer outro representante do Executivo conversou, antes, com os servidores, tampouco com o Sindicato, para esclarecer ou orientar sobre o fim dos serviços prestados nos últimos 70 anos pelo Saae e o impacto disso em seus cargos e carreiras.
Mas, segundo o prefeito, o servidor efetivo do Saae “volta para a prefeitura”. Confira a fala de André Merlo:
“O servidor, nós temos efetivos e contratados. Eles terão tratamento especial, nós não queremos sacrificar nenhum servidor, nós vamos criar um plano pra aqueles que querem – a empresa certamente vai gerar inclusive muito mais emprego que a gente imagina, vai precisar dos servidores que já são qualificados lá no Saae -, e eles terão a opção de continuar com a empresa, trabalhando, ou, aquele efetivo, volta para a prefeitura”, pontuou André Merlo.
“Absurda concessão”
A presidente do Sinsem-GV, Sandra Perpétuo, considerou “absurda” a iniciativa do prefeito André Merlo de abrir concorrência pública – sem consultar a população – para a concessão de serviços prestados pelo Saae, que, segundo ela, é um “patrimônio da população valadarense”.
“Estou chocada com tamanho desrespeito ao bem público e ao serviço público. Como foi mostrado em um seminário sobre o tema realizado pelo Sinsem em 2022, o valadarense conhece muito bem os efeitos perversos de uma concessão. Basta olhar para o monopólio da empresa de transporte coletivo da cidade”, lembrou.
A sindicalista também lamenta a falta de sensibilidade do atual governo para com os funcionários do Saae. “Com frieza e sem dialogar com os trabalhadores ou com o sindicato, o prefeito comunica que eles serão ‘absorvidos’ por outras secretarias e/ou exonerados para trabalhar no regime de CLT [Consolidação das Leis do Trabalho]”, criticou Sandra.