A proposta do Executivo Valadarense de conceder a uma empresa privada os serviços de abastecimento de água e coleta de esgoto será debatida hoje (25), às 18h, na Fadivale, em audiência pública promovida pela Comissão de Legislação Participativa (CLP) da Câmara Federal, presidida pelo deputado Leonardo Monteiro (PT).
Para a presidente do Sinsem-GV, Sandra Perpétuo, o evento é uma oportunidade para que toda a população, em especial os servidores públicos municipais, possam debater e tirar dúvidas sobre as consequências de passar para mãos privadas os serviços de abastecimento de água e coleta de esgoto. “É importante que todos os servidores estejam presentes nesta luta em defesa da nossa autarquia, em defesa do Saae de Valadares”, frisa.
O Sinsem, desde o anúncio do Executivo da intenção de promover a concessão do Saae, em janeiro deste ano, vem se manifestando contrário por entender que a medida é totalmente desnecessária e caminha na contramão dos interesses da população. “É uma autarquia eficiente, possui expertise, capacidade e corpo técnico e funcional preparado para cumprir e atingir todas as metas do saneamento básico no Brasil”, argumenta a diretoria.
Além de promover seminário sobre o tema, lançar nota de repúdio, organizar diversas manifestações na cidade e ajuizar ação, dirigentes sindicais também estiveram em Ouro Preto (MG), em abril, onde puderam constatar o fracasso da privatização da água e esgoto na cidade e a dura realidade de altas tarifas praticadas pela empresa vencedora da licitação, com cobranças que variam entre R$ 300 a R$ 5 mil para consumo residencial.
A luta no município histórico, agora, é pela reversão do contrato de privatização da água, firmado em 2019. Sobre isso, a presidente do Sinsem faz um alerta: “reverter um processo de concessão ou privatização é muito difícil, os contratos estabelecem multas altíssimas. Basta olharmos para o exemplo da concessão do transporte público de Valadares. O próprio prefeito, quando ainda candidato, prometeu tirar a Valadarense. Mas nem tentou. A empresa apenas mudou o nome para Mobi”, lembra.
A sindicalista ainda ressalta que é necessário que toda a população se junte contra essa proposta agora. “Depois não adianta reclamar. Se quem paga hoje R$ 70, R$ 100 de tarifa de água e esgoto, começar a receber boletos de R$ 300, R$ 500, R$ 1.000 ou até muito mais, não terá muito o que fazer. Ou paga, ou terá a água cortada”, adverte.
A audiência pública sobre a concessão dos serviços de abastecimento de água e esgoto acontece nesta quinta-feira (25), às 18 h, no 2º andar da Fadivale (sala de vídeo) – Rua Dom Pedro II, 244, Centro.