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Após confronto, servidores deixam a Câmara aos gritos de “a Casa é do Povo”

 

O vereador Juarez Gomes (União Brasil) usou a tribuna da Câmara Municipal, na reunião de ontem à noite (8), para criticar servidores que manifestavam no auditório em defesa das pautas que compõem as reivindicações da Campanha Salarial 2023 aprovada em assembleia geral.

Primeiro, o parlamentar disse que os trabalhadores da autarquia não tinham conhecimento sobre o processo de concessão do Saae, ao qual os servidores tem se colocado, desde o início, contrário a entregar para a empresa privada a prestação dos serviços de água e esgoto do município.

Depois, questionou a presença dos servidores no auditório: “eles não vieram aqui? Eles têm que ouvir também, uê!”, como se o direito do cidadão de participar de uma reunião pública do Legislativo pudesse ser condicionada a qualquer critério, por qualquer um dos parlamentares.

Servidores não deixaram pra lá e passaram a responder o parlamentar, sob protestos do presidente Regino Cruz (Podemos), que de imediato passou a ameaçar encerrar a reunião, o que foi feito minutos depois. Os manifestantes deixaram o auditório aos gritos de “a Casa é do Povo”.

Decepcionante

“Sabemos que o vereador é defensor da concessão do Saae, mas é revoltante ver um representante da cidade dizer que participou da ‘audiência pública’ e não fazer nenhuma crítica. Pois aquilo lá nunca foi uma audiência, mas sim um evento onde perguntas feitas recebiam respostas vazias, sem direito a tréplicas, de uma pessoa que sequer representa a cidade, sequer é de Valadares”, ressalta Sandra Perpétuo.

A presidente do Sinsem disse também que lamenta o descaso do vereador Juarez Gomes com a luta dos servidores, em especial dos trabalhadores do Saae, que correm risco de serem exonerados pela desnecessidade de cargos no município, como é o caso do Operador de Bombas e Eta’s, operador de Ete’s e vários outros.

“O Sindicato segue apoiando as decisões da categoria, mobilizando para manifestações,  atos públicos, estado de greve, greve, ações judiciais e tudo o que for necessário para garantir os direitos de quem o Sinsem representa. Sentimos muito que um vereador eleito pelo povo compactue tanto com as decisões do governo, a ponto de deixar de lado ou passar por cima dos interesses de quem ele realmente deveria representar”, enfatizou.

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